segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Jellyfish

Parando pra falar um pouco mais a fundo sobre o novo álbum do Anxtron...


Essa história começa lá em 2011, logo depois de termos gravado "Brainstorm", nosso álbum anterior (que só seria lançado dois anos depois, mas isso é outro papo). O Anxtron na época era formado por mim, Rafael Marcolino (bateria) e Gabriel Aquino(teclado) e já estávamos há algum tempo em formação de trio, sem baixista, até que sugeri a entrada de GG (Gabriel Souza) na banda, que sem dúvida hoje considero uma das melhores idéias que já tive. GG chegou não só "vestindo a camisa" e aprendendo todo nosso repertório, mas também já começando a trabalhar em novas músicas, que na verdade sempre foi a nossa atividade favorita, dando uma injeção de ânimo pra levarmos nossas composições a outro nível.

A partir daí, sem pressa de lançarmos nada, as músicas novas foram tomando forma. Num dos primeiros ensaios com essa formação já criamos "The Oasis", que agora é a primeira faixa do álbum. E aí conforme passavam os ensaios (praticamente todo domingo de manhã!), a gente trabalhava em novas ideias, montava novas músicas, mudava o arranjo de algumas partes, testava timbres diferentes, jogava fora coisas que não achávamos tão boas... Enfim, muita coisa foi feita e com muita dedicação em todos os pequenos detalhes. E essas músicas foram tocadas diversas vezes antes de serem gravadas, inclusive em shows, o que acho que foi essencial pra esses sons "amadurecerem" antes de começarmos o processo de gravação.

Uma coisa que gosto de destacar nesse álbum é o lado coletivo dele. É um trabalho de banda em sua essência. Pela primeira vez, todos os integrantes do Anxtron assinam todas as composições do disco. Ninguém chegou com nada pronto, no máximo um riff ou uma idéia solta. Tudo surgiu naturalmente nos ensaios, tocando juntos. Muita coisa veio de verdadeiras jam sessions que fizemos, com improvisos totalmente soltos, que resultavam em sons que várias vezes até nos surpreendiam.

"Jellyfish" é o retrato artístico do nosso trabalho como banda durante quatro anos, de 2011 a 2015. Em 2015, Gabriel (teclado) optou por deixar o Anxtron por motivos pessoais, mas não sem antes concordar em participar normalmente das gravações do álbum, o que foi devidamente feito entre 2015 e 2016!

Fiquei muito satisfeito e orgulhoso quando escutei o resultado final. Todos nós certamente evoluímos muito como músicos desde o álbum anterior. "Jellyfish" é mais progressivo, é mais complexo e, ao mesmo tempo, acredito que tudo soa muito natural, pela forma que ele foi criado. Tenho certeza que é o trabalho mais maduro que já gravamos. Dessa vez sinto que sabíamos exatamente aonde queríamos chegar e como queríamos que a banda soasse, depois de tantos anos de história. E posso dizer que o que está gravado aí é arte em sua pura forma, feito unicamente pelo nosso amor à música, sem tentar agradar ninguém além de nós mesmos. Soa egoísta, mas é a verdade (e não significa que não gostamos de ver que outras pessoas curtem e se identificam com nosso som - haha). Se estivéssemos fazendo isso por retorno financeiro ou reconhecimento pessoal, não estaríamos lançando um disco de rock progressivo em pleno ano de 2017, afinal.

Deixo um agradecimento especial pra todos que participaram do álbum (além dos meus companheiros de banda, é claro!). Eduardo Magliano foi essencial nas gravações de bateria,Eduardo Belchior (Intense Music Productions) fez um trabalho incrível de mixagem e masterização diretamente da Suécia (e me aguentou meses enchendo o saco via Facebook), Bernardo Ramalho nos ajudou mais uma vez com o design gráfico da capa e ainda tivemos a participação especial da guitarrista Nili Brosh, diretamente da California, que gravou um solo de guitarra SINISTRO na música "Talking Toy".

Last but not least, obrigado a qualquer um que dedique 39 minutos e 43 segundos da sua vida pra ouvir esse trabalho que fizemos com tanto carinho.:)

Rock n' roll!
E. Marcolino




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